Autores Segipanos - Jenner Augusto

O
artista passou por muitas adversidades, começando pela morte do seu pai, quando
ele possuía apenas 6 meses de vida. Entretanto, esse fato não o deixou abalado
e com determinação e força de vontade, o artista venceu as inúmeras barreiras
acometidas por sua posição social e distância do centro cultural da época
(Região Sudeste) e tornou-se um dos principais artistas modernistas do estado
de Sergipe, tendo suas obras em exposição até os dias atuais.
Apesar
das suas dificuldades, Jenner sempre manteve sua vocação desde muito novo, com
desenhos e pequenos rabiscos feitos durante a sua infância, que mais tarde, concretizaram
seu caminho como artista. O sergipano passou a maior parte desse período na sua
vida nas cidades interioranas do seu Estado, como Rosário, Itabaianinha, Lagarto
e Laranjeiras (além de Aracaju) até chegar em Salvador, no ano de 1949, após
ter estudado profundamente as obras do estanciano Horácio Hora.
Contudo,
sua vida profissional como artista inicia-se em 1945 com sua primeira exposição
e marcada pela substituição dos aspectos acadêmicos de suas obras por
características modernistas, que estavam em alta na época e que começou na
Semana de Arte Moderna, em São Paulo, no ano de 1922.
Em 1949,
deixou sua marca modernista, sob influência do seu segundo mestre Portinari, no
Bar Cacique Chá, ao pintar suas paredes com obras que revelam que representam a
cultura e folclore sergipanos.
A
partir daí, Jenner muda-se para Salvador e faz parte de um polêmico núcleo
renovador da arte baiana, fazendo amizade com vários artistas com grande respaldo
artístico na época, como os irmãos James e Jorge Amado, Raimundo Oliveira,
Pancetti, Carybé, Mario Cravo Junior, Zé de Dome e Mirabeau Sampaio.
E
assim, em 1950, participou do Salão Baiano de Belas Artes e da Mostra Novos
Artistas Baianos, que foi considerado como marco inicial da arte moderna na
Bahia. Um ano depois, participou da 1ª Bienal de São Paulo e, em 1953, executou
o painel “Evolução do Homem”, no Centro Educacional Carneiro Ribeiro, em
Salvador.
Nos anos 60 fez uma importante
exposição com trabalhos abstracionistas no Museu de Arte Moderna na Bahia e, em
1965, realizou a sua primeira individual em São Paulo, o que lhe rendeu um pequeno
respaldo no cenário internacional, que continuou até 1966, quando foi chamado
pelo governo americano para inaugurar a mostra “Baianos na Filadélfia”. Após
isso, Jenner divulgou seu trabalho ao redor do mundo. Em
2002, a Sociedade Semear lhe prestou justa homenagem, dando o seu nome à
Galeria de Arte (Galeria Jenner Augusto). 13 anos depois, ganha um memorial em
Aracaju, justamente onde era a efervescia da sociedade sergipana: o Cacique
Chá.
Em
suma, Jenner Augusto foi um dos maiores artistas sergipanos e um dos poucos que
ganharam espaço no cenário internacional, nunca abandonando suas essências, que
sempre apareceram em suas obras, carregando valores humildes e sinceros de sua terra
natal, destacando nelas o sentimento pelo qual vivia, “a alegria de viver” e fazendo-as
de modo tão simples que tornava-se complexo, com base no que seu amigo Jorge Amado falou em relação a ele:
“pintou com as cores de sua terra”, e, por essa razão, “há em cada um de nós alguma coisa da luz, da emoção, da beleza que ele criou”.
Cá estão algumas de suas obras:
Cacique
Serigy no Cacique Chá
Mural
público em azulejaria no Centro de Aracaju
Mural
público em azulejaria no Centro de Aracaju
Por José Wellington.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OLIVEIRA, Sílvio. Turismo Cultural: Arte pública de Jenner Augusto. Disponível em: <http://www.infonet.com.br/blogs/silviooliveira>. Acesso em 26 de fevereiro de 2018.
BRITTO, Mario. Artista do Mês de Julho: Jenner Augusto. Disponível em: <http://www.pge.se.gov.br/artista-do-mes-de-julho-jenner-augusto>. Acesso em 26 de fevereiro de 2018.
ITAÚ. Jenner Augusto. Disponível em <https://www.escritoriodearte.com/artista/jenner-augusto>. Acesso em 27 de fevereiro de 2018.
Comentários
Postar um comentário